3DS : Análise especula sobre possível fracasso

sexta-feira, abril 15, 2011

Depois de lançamentos arrasadores nos mais importantes mercados do mundo, o interesse do público japonês pelo Nintendo 3DS parece diminuir cada vez mais e analistas não duvidam que o mesmo ocorra no resto do mundo...

O portal VG247 fez um levantamento sobre o possível fracasso comparado ao do GameCube que o 3DS poderá vir a ser, o que seria impressionante, segundo o site estrangeiro, sob duas óticas: a primeira por a Nintendo ser líder absoluta no mercado de portáteis desde sempre; e a segunda por seu portátil 3D ter quebrado recordes de venda em suas semanas iniciais, inclusive na Austrália.
Mas atualmente o quadro geral parece indicar outra direção. Na semana que foi de 28/03 a 03/04, somente um jogo do portátil ficou entre os 10 mais vendidos no Japão (Pro Baseball Famista 2011), e em uma constrangedora nona posição. Para piorar, o top 10 tem seis jogos de PSP, o mais próximo de um concorrente que o 3DS possui. Até o Nintendo DS vendeu mais jogos, possuindo o jogo líder de vendas da semana (Dragon Quest Monsters Joker 2 Professional).
 Na mesma semana, o 3DS perdeu para o PSP até nas vendas de hardware. Enquanto o portátil da Sony vendeu 57.379 unidades, o 3DS não passou de 42.979, uma diferença de mais de 14 mil aparelhos.
Logicamente que várias perguntas se originam desses dados nada comuns. A primeira diz respeito ao público ao qual o 3DS se destina. Independente se for o jogador mais familiarizado com videogames, que provavelmente já possui um DS, ou quem foi movido pelo hype gigantesco criado pela propaganda da Nintendo e se decidiu pela compra.
O grupo de fãs mais exigentes possivelmente está com um pé atrás graças a fraca linha de jogos que vieram junto com o lançamento – algo bem diferente dos títulos matadores anunciados pela Nintendo na E3. E justamente o jogo mais importante dessa primeira leva - Super Street Fighter IV 3DS – já vendeu mais de 1 milhão de cópias, um número que não pode ser desprezado, o qual indica que é de mais jogos destaq qualidade, segundo o VG247, que o console precisa.
Outro problema grave que afeta a todos diretamente é a bateria, com média de cinco horas de duração, uma queda significativa em comparação ao seu predecessor, que durava cerca de 10 horas. Um teste do site Gamekult afirmou que a bateria do Nintendo 3DS, com luminosidade no máximo, WiFi ligado, rodando um jogo apenas nos menus automáticos, dura cerca de 2:51 horas, um número não muito agradável para os jogadores. Para a bateria durar mais, é preciso que se desligue (ou ao menos diminua) o efeito 3D e a iluminação, o que torna o aparelho não mais que um DS com gráficos superiores. Telas pretas de erro só aumentam a lista de problemas iniciais e ajudam nessa possível tendência a uma queda acentuada de vendas.
Para o público menos apegado a games, existem preocupações similares. Parte delas diz respeito a um certo ar de sensacionalismo que camadas da mídia colocam em suas matérias, como em duas reportagens do jornal The Sun (1e 2), que pintam as funções 3D do portátil como uma ameaça a saúde. Embora possuindo um tom alarmista, é natural que esse tipo de informação influencie a decisão de compra de diversas pessoas. O tabloide britânico chegou a dizer em outra reportagem publicada em 5 de abril, que “os níveis de devolução do 3DS são recordes”, já que o portátil está causando dores de cabeça e tontura em “milhares de pessoas”. A Nintendo nega todos os problemas.
Smartphones e outros sistemas móveis são outros competidores da Nintendo nesse momento e seria inteligente da parte da empresa, segundo os analistas, se houvesse uma clara concentração em jogos mais sofisticados e first party (desenvolvidos em estúdios internos da Nintendo), já que é bastante complicado competir com a App Store (ou até mesmo com o Steam, se outra perspectiva for analisada) a essa altura. Em outras palavras: o 3DS precisa imediatamente de Mario, Zelda e Metal Gear Solid.
Essa concorrência com telefones é muito mais viva hoje e provavelmente vai impedir o 3DS de repetir o sucesso furioso do Nintendo DS e suas mais 150 milhões de unidades vendidas, o que o torna o aparelho de videogames de maior sucesso de todos os tempos. A resolução para isso passa por um largo investimento em jogos exclusivos e não um discurso inflamado acusando os jogos sociais de “prejudicar gravemente a indústria de jogos”, como o fez Satoru Iwata, presidente da Nintendo, durante a Game Developers Conference 2011. Ou ainda dizer que jogos sociais já são coisa velha.
Talvez todas essas análises negativas de vendagens tenham sido fruto de um excesso de expectativas da própria Nintendo. As vendas, no geral, têm sido boas, só não tão boas quanto se esperava. Nos EUA, o 3DS vendeu 500 mil unidades em seu lançamento – ou mais, segundo analistas -, enquanto na Europa mais 303 mil foram vendidos (um terço dessa quantia no Reino Unido). No Japão, 850 mil unidades foram vendidas até agora, ficando 660 mil nas prateleiras – o terremoto que assolou o país e falta de jogos de peso foram apontados como as possíveis causas disso, pela Media Create, empresa que analisa vendas de produtos japoneses.
Mas talvez esse razoável sucesso de vendas mude com a chegada do NGP, que será lançado “antes do Natal”, segundo a Sony. Obviamente que o fato da Nintendo possivelmente estar diante de um fracasso de proporções moderadas com seu novo portátil, não quer dizer que a Sony fará melhor, mas talvez seja um indício. A empresa não-oficialmente dividiu sua linha de portáteis ao lançar o Xperia Play, mirando no público mais acostumado a jogar em smartphones. O NGP, claramente se destina a um público mais veterano e acostumado a jogar videogames – os chamados “hardcore” -, enquanto o Xperia tenta atender a outra fatia do público. Embora a proposta da Sony seja “entregar um aparelho mais moderno”, não se pode especular sobre o desempenho dele nas lojas.
 
A receita para combater essa má fase não é muito difícil de ser traçada, segundo o VG247. Envolve já começar a pensar em futuras melhorias no hardware, com uma bateria mais robusta, uma linha de jogos mais consistente e que fuja de ports como a Ubisoft entregou até o momento, além suporte online, coisa que a empresa ainda não conseguiu em nenhum dos seus sistemas.
Se coisas assim não forem feitas, os analistas do VG247 dizem que é possível que a Nintendo enfrente um revés pela primeira vez no mercado dos portáteis.
A análise completa sobre o futuro do Nintendo 3DS pode ser lida em inglês no portal VG247.

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